15/12/2013

Os vendilhões modernos

Não sou católico, nem apostólico, muito menos, romano ou evangélico, mas vendo como se comportam os políticos brasileiros e a forma como trabalham, me veio à lembrança uma parte da estória bíblica que trata da expulsão dos vendilhões do templo por Jesus Cristo, mais ou menos isso:

"Jesus e seus discípulos viajam a Jerusalém para a Páscoa judaica, ao chegar ao Templo e se deparar com a quantidade de vendedores que ali comercializavam mercadorias Jesus toma um chicote e, acusando-os de tornar o local sagrado numa cova de ladrões por meio de suas atividades comerciais, expulsa os comerciantes daquele local sagrado." 

El Greco - Século XVI

A atitude de Jesus, mais que seu impacto agressivo, demonstra o zelo pela casa do Senhor e também a dor por ver desvirtuada a destinação própria do lugar. O Templo deixava de ser o local sagrado para se tornar lugar de comércio e, pior, de exploração. As práticas religiosas perdiam, assim, o caráter místico ou sagrado para se tornarem fonte de jugo e humilhação. Com isso, alimentando-se um comércio espúrio e imoral.

Difícil escapar da analogia vendo esses cidadãos transfigurados em autoridades político-religiosas, e imaginar como eles realizam seu trabalho na Casa do Povo (templo), ignorando a ´santidade` do local, ignorando os eleitores de quem eles dependem para receber seus polpudos salários mensais e a quem recorrem desesperadamente a cada 4 anos implorando para serem lembrados na hora da consecução do sufrágio.

Uma pena que esse país, belo, forte, impávido colosso, pátria amada idolatrada, cheio de encantos mil, que tanta história tem, venha sendo tratado dessa forma pelos vendilhões modernos do templo.

10/12/2013

Neil Armstrong & Mr. Gorsky

No dia 20 de julho de 1969, Neil Armstrong, comandante do módulo lunar Apolo 11, se converteu no primeiro ser humano a pisar na Lua. Suas primeiras palavras ao pisar no nosso satélite foram: "Este é um pequeno passo para o ser humano, mas um salto gigantesco para a humanidade" e foram transmitidas para a Terra e ouvidas por milhares de pessoas.
Justamente antes de voltar à nave, Armstrong fez um comentário enigmático: "Boa Sorte, Sr.Gorsky."
Muita gente na NASA pensou que foi um comentário sobre algum astronauta soviético, no entanto, verificaram que não havia nenhum Gorsky no programa espacial russo ou americano. Através dos anos, muita gente perguntou-lhe sobre o significado daquela frase sobre Gorsky e ele sempre respondia com um sorriso.
Em 5 de julho de 1995, Armstrong se encontrava em Tampa Bay, respondendo perguntas após uma conferência, quando um repórter lembrou-lhe sobre a frase que ele havia pronunciado 26 anos atrás, desta vez, finalmente, Armstrong aceitou responder pois o Sr.Gorsky havia morrido e agora ele sentia que podia esclarecer a dúvida.

Conta ele que: “Em 1938, sendo ainda criança em uma pequena cidade do meio oeste americano, estava jogando baseball com um amigo no pátio da sua casa. A bola voou longe e foi parar no jardim ao lado perto de uma janela da casa vizinha. Seus vizinhos eram a senhora e o senhor Gorsky. Quando Neil agachou-se para pegar a bola, escutou que a senhora Gorsky gritava para o senhor Gorsky: ´Sexo oral? Você quer sexo oral? Sabe quando você terá sexo oral? Só no dia que o filho da vizinha caminhar na lua!`.”

Billie

My man he don't love me, treats me awful mean
He's the lowest man that I've ever see

 Com Gerry Mulligan – no barítono

Ilegalidade consentida

Dora Kramer - 10 de dezembro de 2013


A falta de cerimônia no uso da máquina pública para fins eleitorais não é novidade, alcança políticos de diversos partidos e ocorre de maneira explícita sem que o Ministério Público faça sequer um lembrete a suas excelências a respeito da observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, exigida pela Constituição.
A cada ano que passa o baile corre mais solto. A cada eleição a ousadia aumenta e o desrespeito se consolida como regra. Se o MP não se manifesta, os partidos mesmo é que não o farão.
Sob a ótica deles a coisa funciona assim: ninguém perturba o outro para não ser por ele importunado. O PSDB, por exemplo, não tem interesse em representar contra andanças de ministros País afora liberando verbas e participando de inaugurações que nada têm a ver com suas pastas, porque seus governos estaduais - notadamente o de São Paulo - usam de expediente semelhante. Bem como o PSB do governador Eduardo Campos, o PMDB com seus nichos e assim por diante.
A diferença é que quem tem o poder federal nas mãos pode muitíssimo mais, ferindo outro preceito legal que é o do equilíbrio de condições entre concorrentes eleitorais.
Nosso tema aqui não é campanha antecipada. Esse é um assunto praticamente vencido. Primeiro porque a limitação temporal é uma bobagem. Na prática não restringe nada, apenas consolida uma situação de absoluta desigualdade entre candidatos governistas e oposicionistas. O sentido da lei, o de impedir o abuso de poder, foi para o espaço há muito tempo.
A punição pecuniária é irrisória e a cassação de registro de candidatura é tardia, acontece quando a eleição já passou. Por estas razões e por outras relativas ao absoluto menosprezo à Justiça Eleitoral, reclamar de campanha eleitoral antecipada é chuva que já caiu.
Mas o uso abusivo (ou simples uso) dos instrumentos de Estado para, nas palavras da presidente Dilma Rousseff, "fazer o diabo" por uma eleição deveria ao menos espantar, já que repudiar na atual conjuntura parece ser pedir muito.
Os episódios são diários. Um em especial, no entanto, chama atenção pelo misto de simplicidade e desfaçatez. Aconteceu sexta-feira passada, na sede da Prefeitura de São Paulo. Era uma cerimônia para anunciar a criação de uma casa para abrigar mulheres vítimas de violência.
Nada a ver com o Ministério da Saúde, mas lá estava compondo a mesa e discursando o ministro da área, Alexandre Padilha, provável candidato do PT ao governo paulista.
A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, tomou do microfone, elogiou muito o ministro e encerrou sua fala assim: "Não era para fazer campanha, mas eu fiz".
E quem achar ruim que vá reclamar ao bispo, faltou dizer.

08/12/2013

Há 33 anos


Absolute beauty


Expansão da educação superior pública

A pergunta foi "qual a razão real da da expansão da educação superior pública no país?" 
O repórter da Folha de São Paulo alterou a pergunta e a editou de outra forma:

07/12/2013

Apenas 13 cursos repetem nota máxima em avaliação do MEC

Apenas 13 cursos de graduação do país que receberam nota máxima na avaliação do Ministério da Educação em 2009 conseguiram repetir o desempenho no ano passado e se mantiveram na elite do país.
São os cursos de economia da UnB (Universidade de Brasília), da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e da FGV (Fundação Getúlio Vargas) de São Paulo e Rio, além das graduações em jornalismo da UFMG e em publicidade e propaganda da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Em administração, são os cursos das federais de Juiz de Fora (MG), do RS, Lavras (MG) e Itajubá (MG), além da estadual de Santa Catarina, Unesp e Fucape (ES).
O levantamento, feito pela Folha a partir de dados divulgados pelo MEC, mostra que esses cursos foram os únicos a receber conceito 5 no CPC (Conceito Preliminar de Curso) de 2009 e no de 2012. A análise considera os cursos com maior oferta no país.
O índice leva em conta quesitos como o desempenho dos concluintes no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e a formação do corpo docente.
Esses cursos representam somente 0,18% da lista de 7.077 divulgada ontem pelo ministério, em 17 carreiras das áreas de ciências humanas, sociais aplicadas e afins.
Ontem também foram divulgados os 270 cursos que terão o vestibular congelado por terem apresentado duas avaliações insatisfatórias sucessivas no CPC -são considerados não satisfatórios os conceitos 1 e 2.
Se as universidades federais representam 10 das 13 instituições da elite, são apenas sete na lista de instituições punidas pelo ministério.
PREOCUPAÇÃO
O desempenho das faculdades preocupa especialistas em educação superior.
"Nesse período houve uma expansão considerável do ensino superior, mas as pesquisas apontam que a qualidade não cresceu. Foram feitas poucas contratações de professores, e a evasão de alunos foi grande", afirma João dos Reis Silva Junior, professor da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e especialista em ensino superior.
"É positiva a entrada de mais alunos no ensino superior, mas se tão poucos cursos conseguem manter o desempenho ótimo, a pergunta que fica é o que aconteceu nestes quatro anos?", diz.
Nem todos as carreiras ou instituições foram avaliadas pelo Ministério da Educação em 2009.

06/12/2013

Preso (in)comum


06 de dezembro de 2013 - DORA KRAMER - O Estado de S.Paulo


O ideal seria que José Dirceu não tivesse cortado relações com a lei e por isso sido condenado e preso. Mas, já que escolheu esse caminho e o Supremo Tribunal Federal decidiu lhe dar pena de prisão, desde o último dia 15 ele está sob a tutela do sistema prisional onde regra é regra.

Dirceu, contudo, teima em negar essa realidade. A ficha, como se diz, ainda não caiu. São várias as evidências. A última, o pedido feito à Justiça para que possa continuar atualizando seu blog mesmo na penitenciária.

Note-se: a solicitação não se relaciona com a ainda aguardada autorização do juiz da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal para Dirceu trabalhar fora durante o dia, como lhe assegura o regime semiaberto até que seja julgado o embargo infringente pelo crime de formação de quadrilha.

O advogado dele pede, com base na lei que confere ao preso direito de comunicação com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, que Dirceu faça o blog e dê entrevistas de dentro do presídio da Papuda.

Essa lei (7.210) diz que o detento pode exercer suas atividades anteriores "desde que" sejam compatíveis com a execução da pena. Aqui parece que se resolve a questão e se evidencia o despropósito da regalia pretendida.

A menos que o faça por meio de cartas, para abastecer o blog Dirceu precisa de um computador. A lei não fala nessa hipótese, até porque data de 1984, pré-internet. Mas não fala também sobre o uso de telefones celulares e eles são proibidos nas penitenciárias por obviamente incompatíveis com a execução da pena.

Os celulares, sabemos, entram clandestinamente, mas não é isso que Dirceu pretende, claro. Concedido seu pedido, estaria criado o precedente para que os demais presos reivindicassem o mesmo ou pior. Ninguém imagina que aceitariam passivamente o privilégio.

Por muito menos, houve revolta das famílias dos presos na Papuda com a romaria de visitas que entravam e saíam quando bem entendiam até o Ministério Público pedir isonomia de tratamento a fim de não criar instabilidade no ambiente já instável e deteriorado de uma cadeia.

Dirceu deseja também dar entrevistas como sempre fez, inclusive durante o julgamento como alega seu advogado para embasar o pedido, propositadamente ignorando um detalhe: lá não estava condenado, era presumidamente inocente. Deixou de sê-lo quando o STF provou o contrário.

Por muito menos, uma só entrevista à revista IstoÉ, José Genoino foi proibido de falar à imprensa pelo juiz da execução. E isso porque estava fora da prisão, no hospital. Continua proibido mesmo tendo recebido o benefício da prisão domiciliar temporária. Se Genoino não pode dar entrevistas por que Dirceu poderia?

Os pedidos são tão audaciosos que chegam a levantar a suspeita de que só os faça para se manter em destaque no noticiário.

José Dirceu exigiu ser tratado como preso político; quis ganhar R$ 20 mil passando o dia num hotel exercendo profissão que não se enquadrava no quesito "atividades anteriores"; pretendeu receber visitas ao arrepio das normas impostas aos demais; tentou furar a fila dos colegas com mais de 60 anos de idade que aguardam o exame de suas propostas de emprego para usufruírem o direito dado pelo regime semiaberto.

Agora quer se comunicar online com o chamado mundo exterior. Ou seja, quer vida normal. Por mais duro que pareça, isso não é possível. Houve um processo, um julgamento, uma condenação e há pena a ser cumprida (por corrupção ativa, em caráter definitivo). Embora se ache uma pessoa incomum, José Dirceu é, desde o dia 15 de novembro, um preso comum.

Tanto quanto seus ex-colegas de Parlamento cujos mandados de prisão foram expedidos ontem.

05/12/2013

Edu Lobo & Vinicius de Moraes

Brilhante interpretação de João Bosco dessa obra-prima da MPB.


Só me fez bem

Não sei se foi um mal
Não sei se foi um bem
Só sei que me fez bem
Ao coração
Sofri, você também,
Chorei, mas não faz mal
Melhor que ter ninguém
No coração
Foi a vida
Foi o amor quem quis
É melhor viver
Do que ser feliz
Foi tudo natural
Ninguém foi de ninguém
Mas me fez tanto bem
Ao coração

Kashmir


A educação financiada


Salvador & Pablo


04/12/2013

The way you look tonight


Fine art nude

Kuzma Petrov-Vodkin

Fine art nude

Jin Shangyi

Tatuagem


Bob


Absolute beauty


Pérola


Yoga


Os 70´s estão de volta?