31/01/2013

Problemas de caixa da Petrobrás começam a contaminar parceiros


Estatal tem atrasado pagamentos a fornecedores e a fundos de recebíveis, criados para financiar os prestadores de serviços.

Reuters - 31/01/2013


A Petrobrás tem atrasado pagamentos a fornecedores e provocado dificuldades financeiras na cadeia de prestadores de serviços, após ter adotado uma política de redução de custos em meio a prejuízos na sua divisão de abastecimento, aumentos de custos e produção estagnada.
Há também o atraso de pagamento para fundos de recebíveis criados para financiar esses prestadores de bens e serviços, disseram fontes à Reuters, observando que a estatal alterou sua política de pagamentos recentemente e vem olhando com mais rigor os contratos.
Com isso, tem demorado mais tempo para liberar os recursos. Em uma espécie de efeito dominó, os prestadores de serviços também atrasam seus compromissos financeiros.
"Não vou dizer que a Petrobrás é inadimplente, mas que está em atraso. Enquanto algumas companhias estão sofrendo, estou confiante que os pagamentos serão feitos", disse à Reuters Fernando Werneck, gestor de um portfólio de fundos creditórios na BI Invest, exclusivos de fornecedores da Petrobras.
Alguns dos fundos de investimento dedicados exclusivamente aos fornecedores da Petrobrás registraram aumento da inadimplência.
Os pagamentos em atraso em cinco Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) saltaram 58,6%, para R$ 18,4 milhões, em 31 de dezembro, ante R$ 11,6 milhões em setembro, segundo uma pesquisa da Reuters junto à Comissão de Valores Mobiliários.
O FIDC existe para ajudar a Petrobrás a terceirizar o negócio de financiamento aos fornecedores. Fundos de investimento fazem empréstimos às empresas que possuem contratos com a estatal utilizando como garantia os recebíveis junto à Petrobrás.
Ao longo dos últimos dois anos a Petrobrás aportou cerca de R$ 7 bilhões para ajudar os fornecedores.
Pedidos de falências
Problemas financeiros já empurraram algumas empresas menores fornecedoras da estatal, como a GDK, a um processo de recuperação judicial. Grandes empresas, tais como a Lupatech, tiveram que vender ativos e levantar capital novo para evitar o pior.
Preocupações sobre como fazer negócios no Brasil, onde a Petrobrás é responsável por mais de 90% da produção de petróleo, levaram a uma queda de 34% nas ações da italiana Saipem na quarta-feira.
A empresa prestadora de serviços e equipamentos offshore disse que os problemas do Brasil poderiam ajudar a cortar o seu lucro em 80% em 2013. As concorrentes Subsea 7 e Technip França, ambas também fornecedoras da Petrobrás, chegaram a cair mais de 6% na quarta-feira.
O programa de redução de despesas, que visa cortar custos de R$ 32 bilhões no período de 2013 a 2016, foi anunciado no final do ano passado, após a Petrobrás ter acumulado nos nove primeiros meses de 2012 mais de R$ 17 bilhões em prejuízo na área de Abastecimento (combustíveis), ao mesmo tempo que tem um plano de cinco anos de investir mais de R$ 200 bilhões.
Nessa conjuntura que favorece o crescimento do passivo, a agência de classificação de risco Moody's alterou em dezembro para negativo o rating da dívida da companhia.
Dificuldade de receber
Segundo fontes de empresas que prestam bens e serviços à estatal, a Petrobrás tem demorado mais tempo para liberar os aditivos aos contratos.
Nas licitações, as empresas ganhavam oferecendo um orçamento abaixo do valor de mercado e depois recorriam aos aditivos, uma prática comum, já que depois esses aditivos eram liberados com mais facilidade.
"Agora há um rigoroso processo de avaliação por parte da estatal e sempre há a necessidade de mais e mais documentos. Enquanto isso, o dinheiro não sai", disse uma fonte de uma empreiteira de médio porte que presta serviço à Petrobrás.
Com a demora na liberação dos pagamentos, as empresas precisam tomar empréstimo de curto prazo, disse a fonte, a custos altos, gerando um desequilíbrio nas contas.
"Em geral tem demorado uns meses a mais. Como dois terços do nosso faturamento depende de contratos com a Petrobrás, há um desajuste", disse à Reuters o executivo, na condição de não ter seu nome divulgado.
Algumas empresas têm quase a totalidade das receitas atreladas aos contratos com a Petrobrás e podem acabar falindo com o atraso dos pagamentos.
É o caso da Tenace Engenharia, que com 90% de faturamento oriundo da estatal pediu falência no fim do ano passado.
A empresa tinha um grande contrato de construção de uma unidade de gasolina e diesel no Polo de Guamaré, no Rio Grande do Norte. Também prestava serviços para a estatal em Urucu, no Amazonas.
Segundo uma fonte da empresa, a Petrobrás não concordou em renegociar aditivos aos contratos. A Tenace enviou um comunicado aos seus credores responsabilizando a estatal pelo seu fechamento, segundo a fonte, que preferiu não ser identificada.
A construtora GDK, também grande fornecedora da estatal, teve o seu pedido de recuperação judicial aprovado no dia 10 de janeiro pela Justiça da Bahia, segundo nota enviada pela empresa à Reuters.
                                                                                                                               Graça Foster - Ag. Reuters
E a construtora Egesa, responsável por parte das obras de uma unidade de fertilizantes da Petrobrás, também anunciou recentemente aos seus funcionários e credores que "está passando por uma reestruturação financeira em função do cenário econômico atual".
Segundo a Petrobrás, os pagamentos de seus compromissos "reconhecidos" são realizados de acordo com os prazos estabelecidos contratualmente.
Procurada pela Reuters, a estatal disse em nota que os eventuais pleitos de pagamentos adicionais aos contratados por parte dos fornecedores são submetidos a uma avaliação técnica por uma comissão constituída para este fim, bem como a uma avaliação jurídica.
"Após a conclusão deste processo, que está de acordo com contrato e com a legislação vigente, a negociação é submetida à aprovação das instâncias corporativas competentes. Dessa forma, eventuais pleitos não representam a existência de dívida por parte da Companhia", disse a estatal.

Sérgio Sampaio


Paisagem subaquática 02


30/01/2013

Beleza


Os bandidos, livres, agradecem


Denis Rosenfield - 28 de janeiro de 2013.
Filósofo com doutorado de Estado pela Universidade de Paris.
Professor na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Articulista dos jornais "O Estado de São Paulo", Folha de São Paulo,
“O Globo" e “Diário do Comércio de São Paulo”.

Tornou-se quase uma compulsão nacional o Brasil procurar dar exemplos pelo mundo do que está fazendo, como se os demais países devessem seguir o seu caminho, pois aqui tudo dá certo. O caso do desarmamento é particularmente exemplar, pois, a propósito do massacre na escola de Sandy Hook, em Newtown, os ideólogos do desarmamento logo se apressaram a dizer que os EUA deveriam seguir a política brasileira. Tudo tão simples assim?
Pitadas de antiamericanismo são, assim, destiladas, tendo como pano de fundo um suposto sucesso da política nacional de combate à violência. No Brasil, país onde a elite intelectual adotou como ideal "o mundo sem armas", confunde-se propositalmente regulamentação, que é o que se discute nos Estados Unidos, com banimento, que é justamente a bandeira desse setor da intelligentsia verde-amarela. Entre regulamentação e banimento existe um hiato político e filosófico gigantesco.
Aqui, os ideólogos do desarmamento, vorazes adversários da liberdade de escolha e da autodefesa, procuram banir o comércio de armas, deixando os cidadãos literalmente à mercê dos assaltantes e criminosos. Os bandidos, livres, agradecem penhoradamente, pois não precisam do comércio legal para se abastecerem. Aliás, pessoas que exercem a autodefesa, quando assaltadas, por possuírem armas não registradas em casa, tornam-se objeto de processos judiciais por terem transgredido a lei. Só falta a indenização de assaltantes e criminosos!
Nos EUA, a legislação que está sendo discutida, sob a coordenação do vice-presidente Joe Biden, não propugna o banimento das armas de fogo, pois sabe que a liberdade de escolha e o direito à autodefesa são assegurados constitucionalmente. O que está em questão é uma regulamentação. Assim, entre algumas ideias defendidas, consta um cadastro nacional de proprietários de armas de fogo e a ausência de antecedentes criminais para a compra de armas. Medidas sensatas de fiscalização e controle. Se os desarmamentistas nacionais fossem coerentes, defenderiam a política de Obama no Brasil, ou seja, haveria uma liberalização do comércio de armas, seguindo esses critérios de fiscalização e controle.
Sempre que uma tragédia como a de Sandy Hook acontece nos Estados Unidos, imediatamente a sociedade americana é descrita como violenta - com formadores de opinião defendendo essa ideia. Nessa narrativa entram considerações sobre a indústria cultural americana (cinema e TV), o tal culto às armas e as estatísticas cuidadosamente pinçadas para dar ares de ciência ao preconceito.
Os americanos são descritos como militaristas, violentos e armados "até dos dentes". Supor-se-ia, então, que a criminalidade por armas de fogo seria, lá, muito maior do que a brasileira. Teríamos a conclusão lógica dessas premissas. Não é isto, contudo, o que ocorre.
Vejamos os dados. As informações sobre crimes foram extraídas do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (The United Nations Office on Drugs and Crime - UNODC), que implementa medidas que refletem as três convenções internacionais de controle de drogas e as convenções contra o crime organizado transnacional e contra a corrupção. Os dados sobre armas foram extraídos do "Small Arms Survey". Trata-se de um projeto independente de pesquisas, sediado no Instituto de Pós-Graduação de Estudos Internacionais e Desenvolvimento em Genebra, Suíça, fundado em 1999. É uma referência no debate sobre armas, tanto para desarmamentistas quanto para defensores de porte e posse de armas.
Existem aproximadamente 270 milhões de armas de fogo em mão civis nos Estados Unidos. A relação é de 83 a 96 armas para cada 100 habitantes. Isto é, quase uma arma para cada cidadão. Esses números astronômicos colocam o país na primeira posição em posse de armas de fogo em todo o mundo. O Brasil, por sua vez, possui 14 milhões de armas de fogo em mãos civis. Em cada 100 habitantes, apenas 8 possuem armas de fogo.
Os homicídios por armas de fogo no Brasil permanecem razoavelmente estáveis desde 2003. Em 2008 foram 34.678, isto é, 18,1 por 100 mil habitantes. Nos Estados Unidos, o número de homicídios também permanece estável. Porém, contrariando a argumentação desarmamentista, a média dos últimos anos naquele país não ultrapassa 10 mil homicídios por armas de fogo, ou seja, aproximadamente 2,9 para cada 100 mil habitantes. É significativamente inferior ao Brasil.
A Suíça é o terceiro país em posse de armas de fogo no mundo. Mesmo assim, em 2011, apenas 58 pessoas foram mortas por essas armas naquele país. Um país fortemente armado com insignificante número de vítimas de armas de fogo. Algo que contraria frontalmente a tese dos ideólogos brasileiros do desarmamento. Ademais, a Alemanha, embora seja o décimo quinto, registrou menos mortes do que a Itália, que ocupa a posição de número cinquenta e cinco. Foram 158 mortes por arma de fogo na Alemanha, 417 na Itália.
Desde 1997, o Brasil impõe restrições à posse e ao porte de armas, mas elas foram inócuas quando, em 1999, o estudante de medicina Mateus da Costa Meira invadiu um cinema e matou a tiros quatro pessoas. Em 2003, as leis brasileiras ficaram ainda mais restritivas, mesmo assim foram novamente inócuas quando, em 2011, o estudante Wellington Menezes de Oliveira matou 12 pessoas na Escola Municipal Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro. A reação ao Massacre do Realengo, como ficou conhecida a tragédia, demonstra o pensamento mágico envolvido na defesa do desarmamento.
Como se não bastasse, alguns políticos estão propondo alterações no Estatuto do Desarmamento para incluir o artigo que foi rejeitado pela população em 2005. Além do desconhecimento da realidade, tais propostas mostram um profundo desprezo pela democracia e pela soberania do povo. Não é uma minoria parlamentar ideologizada que deveria se substituir a um referendo. O respeito às regras republicanas é essencial. Por que não um referendo sobre a liberdade de escolha e o direito à autodefesa?

Desabafo



O governo Dilma (continuação tacanha dos governos Lula) está pior que barata tonta, o Brasil à espera do desenvolvimento e, fora o Bolsa Família e a manutenção do conservadorismo na política econômica fundada por FHC, todos (Dilma, Lula e PT) perderam totalmente o rumo e esse desnorteio mostra que, depois da vitória na terceira eleição, a linhagem petista não tem objetivos porque não tem inimigos e sem inimigos não há nada a provar a ninguém, ´vamos fazer do jeito que der`.
O apadrinhamento e os escândalos parecem ser as únicas coisas que funcionam nessa terra, se Cabral pudesse ver no que deu, talvez optasse por não vincular seu nome ao descobrimento.
A oposição minguou e o país está à beira do caos político e econômico.
Só nos resta agora torcer para que a profecia Maia se concretize o mais rapidamente possível e nos salve dos tempos que virão.

Sugestão de leitura:
OLIVEIRA, FRANCISCO DE; BRAGA, RUY; RIZEK, CIBELE. Hegemonia às avessas. Boitempo, São Paulo, 2010.

Políticas Públicas para a educação superior

Dias 29, 30 e 31 de maio deste ano a Rede Universitas-BR realiza seu XXI Seminário "Políticas Públicas para a Educação Superior: expansão e internacionalização" na UFSCar. 
A REDE discute o tema com base em pesquisa nacional e institucionalização da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), a maior associação científica da área educacional do país.

28/01/2013

Giambologna


Rape of the Sabine Women

Em defesa do amadorismo na fotografia


FOTO: Vitor Mateus


No seu significado etimológico a palavra amador deriva do Latim AMARE, “amar, gostar de”, pois um amador, por definição, escolhe determinada atividade porque gosta dela. O amadorismo na fotografia pode ser uma escolha inteligente, e consciente.
                                                                                                   Continue lendo.

   

Promessas do Governo de SP


Três meses após promessa, famílias de PMs assassinados estão sem indenização

Enquanto famílias passam por dificuldades, governo ainda faz estudo de projeto que garanta indenização a parentes de PMs mortos em dia de folga. Veja depoimentos de viúvas

Wanderley Preite Sobrinho - iG São Paulo | 28/01/2013

Três meses depois de o governador Geraldo Alckmin (PSDB) prometer indenizar 103 famílias de Policiais Militares assassinados em 2012 durante a folga, nenhum centavo saiu dos cofres públicos de São Paulo com esse objetivo. A promessa, feita em entrevista coletiva no dia 19 de outubro do ano passado , tentava acalmar essas famílias, que não têm o direito de receber indenização porque o seguro de vida não inclui os policiais assassinados fora do horário de expediente.

Além dos 103 PMs mortos fora de serviço, outros quatro foram executados usando farda. Também morreram em emboscada 19 agentes penitenciários e quatro policiais civis, de acordo com dados da Comissão de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários da Assembleia Legislativa de São Paulo – Alesp.

Condessa





No dia em que completaria 40 anos Condessa acordou mais cedo que o normal, remexeu as pernas na cama vazia empurrando o lençol para longe e, pela primeira vez em muitos anos, não sentiu falta de outras pernas onde se enroscar.

Tateou o travesseiro ao seu lado e demorou a abrir os olhos pensando que seria nesse dia que daria o salto planejado há muito tempo. A sensação de liberdade, a vontade de viver a vida como sempre sonhara, a descoberta da sua verdadeira identidade, todas as possibilidades estavam ali nas suas mãos e ela sentia que havia chegado a hora.

Durante o banho, hábito matinal, pensou no sonho recorrente que tinha com a avó materna, no que combinaram sobre os amores frustrados, as promessas que fizeram sobre amar intensamente, sobre a vida ... e seus olhos arderam de saudade.

A vida lhe tinha sido muito boa, mas faltava tempero, os filhos crescidos, a recente descoberta de prazeres há muito desejados, a maciez da pele, boca, dedos, sexo quente, um amor de contos de fadas, gargalhadas, cumplicidade. Era chegada a hora.


Janis


.


26/01/2013

Making of 15


9 meses


Amizade


Na entendimento de Aristóteles, conhecemos três formas de amizade ao longo de nossa vida. Seriam elas; 1ª Agradável, 2ª Útil e 3ª Perfeita.
Quando somos jovens temos tendência a procurar uma amizade que nos dê prazer -agradável: “o mesmo se pode dizer a respeito dos que amam por causa do prazer; não é por causa do caráter que os homens amam as pessoas espirituosas, mas porque as consideram agradáveis”. 
Na velhice procuramos por utilidade - útil: "aqueles que fundamentam sua amizade no interesse, amam-se por causa de sua utilidade, por causa de algum bem que recebem um do outro, mas não amam um ao outro por si mesmos”. 
E a amizade considerada perfeita por Aristóteles seria : "aquela que existe entre os homens que são bons e semelhantes na virtude, pois tais pessoas desejam o bem um no outro de modo idêntico, e são bons em si mesmos[...]aqueles que desejam o bom aos seus amigos por eles mesmos são amigos no sentido mais próprio, porque o fazem em razão de sua natureza e não por acidente”.

21/01/2013

Henri Matisse


Interior with Egyptian Curtain

Anthony Hopkins & Jodie Foster


Tatuagem


Os 12 macacos



Navegando pela rede me deparei com um site que listava os 20 melhores filmes sobre o fim do mundo e me chamou a atenção no segundo lugar, o filme Os 12 macacos, de 1995 com direção de Terry Gilliam (um dos atores/criadores do grupo Monty Python). Lembro de ter assistido e de ter ficado impressionado com a qualidade  e o suspense da trama.
O filme é ambientado em um cenário pós-apocalíptico e é estrelado por Bruce Willis, Madeleine Stowe e Brad Pitt, foi indicado ao Oscar e considerado pela crítica internacional uma tragédia grega do gênero da ficção-científica.
Conta a história da devastação da humanidade por um vírus em 1997 e, no futuro (2035) um presidiário personagem de Bruce Willis, aceita voltar ao passado para tentar descobrir a origem do vírus mortal. No passado, ele é tido como louco e o filme mostra a sua tentativa de descobrir a origem do vírus e de convencer uma psiquiatra (Madeleine Stowe) da veracidade da sua história. A médica, pouco a pouco, coleta evidências que demonstram que a história contada por James pode ser real e tenta ajudá-lo na sua missão numa aventura que os levará aos limites da compreensão humana.
A grande ideia do filme é a maneira como ele joga com a imaginação do público, colocando em questão o que realmente está acontecendo e o que são alucinações da mente do personagem principal.

Entre a sanidade e a loucura, fantasia e realidade, o passado e o futuro, esta é uma aventura além da imaginação, uma brilhante obra-prima de Terry Gilliam, com interpretações inesquecíveis (Brad Pitt está irreconhecível, uma grande interpretação só comparável à de Bastardos Inglórios) e criativos efeitos especiais, Os 12 Macacos é um clássico moderno, com a marca registrada da inteligência de Gilliam e seu impressionante estilo.

17/01/2013

Nu


Tatuagem


Os países e os impostos



Uma publicação do Banco Mundial (Doing Business 2011) sobre a relação entre os países e os impostos, mostra os dez países onde os trabalhadores precisaram trabalhar menos horas para pagar impostos em 2011:
1. Maldivas: 0 horas
2. Emirados Árabes Unidos: 12 horas
3. Bahrein: 36 horas
4. Qatar: 36 horas
5. Bahamas: 58 horas
6. Luxemburgo: 59 horas
7. Omã: 62 horas
8. Suíça: 63 horas
9. Irlanda: 76 horas
10.Seicheles: 76 horas



Por outro lado, apresenta os 10 países onde MAIS se trabalhou em um ano para pagar impostos em 2011:
1. Brasil: 2.600 horas (é mais que o dobro do 2º colocado!)
2. Bolívia: 1.080 horas
3. Vietnã: 941 horas
4. Nigéria: 938 horas
5. Venezuela: 864 horas
6. Bielorrússia: 798 horas
7. Chade: 732 horas
8. Mauritânia: 696 horas
9. Senegal: 666 horas
10. Ucrânia: 657 horas
Com esta altíssima cobrança de impostos (municipais, estaduais e federais) o país deveria ter excelentes escolas para quem não pode pagar; excelente serviço público de saúde; programa satisfatório de casas para o povo; facilidade de transportes, segurança, etc.
Por que, então, essa sede do Governo, que cresce a cada ano, de tirar o dinheiro do povo? Tudo é taxado e sobretaxado exageradamente em nosso país.
Não será por isso que temos uma das maiores corrupções do planeta?
O Brasil tem a segunda maior tributação sobre o lucro das empresas, de 34%, pouco abaixo dos 35% cobrados na Argentina. A razão entre a carga total e os lucros médios das companhias, de 67,1%, também supera com folga a média latino-americana, de 52,1%. No Chile, cujo fisco é o mais amigável, são 25% (cf. Editorial da Folha de São Paulo).
O problema se agrava porque esses impostos incidem sobretudo sobre a produção e o consumo. Essa modalidade responde, segundo o Banco Mundial, por mais da metade das horas destinadas pelas empresas a compromissos tributários. Representa, ainda, quase 50% da receita dos governos federal, estaduais e municipais, bem acima da média das principais economias, em torno de 30%. Enquanto a melhor experiência internacional recomenda o uso de um único imposto sobre a circulação de bens e serviços, o Brasil conta com cinco tributos principais, distribuídos nas três esferas de governo. Não há país que aguente e que cresça de maneira sustentável.

Café


Elis e Tim Maia

Parceria rara.

16/01/2013

Princesa Leia Organa


Sala São Paulo




O imponente edifício Projetado por Christiano Stockler das Neves em 1925 para a Estrada de Ferro Sorocabana abriga hoje a Sala São Paulo, uma das mais importantes casas de concertos e eventos do País.
Num período em que São Paulo, estimulada pelo café e pela ferrovia, crescia em ritmo acelerado, o prédio, marcado pela sobriedade dos ornamentos e detalhes do estilo Luís XVI, seria concluído somente em 1938.
A Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo assume seu controle em 1997 para transformá-la no Complexo Cultural Júlio Prestes situado no centro da Cidade, vizinha da Pinacoteca do Estado e do Museu de Arte Sacra, a Sala São Paulo fez realizar o potencial de revitalização da região.
A sala, que tem uma capacidade de 1.498 lugares (22 balcões no mezanino e no primeiro andar) e um palco com 320m2, é a sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP)e palco para apresentações sinfônicas e de câmara. Foi concebida de acordo com os mais atualizados padrões internacionais, sendo que muitos especialistas em música a consideram como uma das salas de concerto com melhor acústica no mundo
Tombada como patrimônio histórico pelo Condephaat, foi inaugurada em 9 de julho 1999 com a apresentação da sinfonia A Ressurreição, de Gustav Mahler, pela Osesp, para ser mantida como importante marco da cidade.

15/01/2013

Kashmir


Saneamento básico


Cais


Making of 14


Nagisa Oshima


O cineasta Nagisa Oshima faleceu hoje, aos 80 anos. A causa da morte ainda não foi divulgada.
Nascido em uma tradicional família de Quioto, em 1932, Oshima se graduou em direito em 1954, com especialização em história política. No mesmo ano, entra para uma produtora, onde trabalha como argumentista e assistente. Sua estreia na direção aconteceu em 1959, Ai to kibô no machi (1959, A Town of Love and Hope em inglês).
Polêmico e experimental, o cineasta estudou o comportamento humano em filmes como O Império dos Sentidos (1976), O Império da Paixão (1978) e Furyo, Em Nome da Honra (1983). Seu último trabalho na direção foi Tabu (1999), realizado depois que o Oshima se recuperou do seu primeiro derrame, ocorrido em 1996. Depois de sofrer mais dois derrames, Oshima precisou se afastar do cinema.

Verão


Via Lactea


14/01/2013

Ella Fitzgerald




Nascida Ella Jane Fitzgerald em Newport News na Virgínia em 25 de abril de 1917 fez sua primeira apresentação como cantora aos 17 anos, teve uma carreira meteórica e profícua cantando junto aos maiores músicos e cantando os melhores compositores de sua época.
"I'm not a musician", dizia Ella Fitzgerald, lembro-me das primeiras vezes que ouvi sua voz, duas coletâneas, uma com dois discos com canções de Cole Porter e outra com três discos com composições de Ira & George Gershwin, e imagino que se ela fosse uma musicista que pedestal seria suficientemente alto para a elevarmos.
A forma lenta e arrebatadora como cantava Get Out Of Town ou o jeito absolutamente apaixonado que interpretava The Man I Love ou But Not For Me sempre me proporcionaram novas descobertas, dependendo da época que ela é ouvida novos detalhes, grandes e pequenos, se revelam guardando ainda mais um novo segredo para o futuro, para uma nova audição; alguns músicos são como grandes constelações e podemos gastar a vida toda tentando conhecê-lo e acabar nossa vida completamente ignorantes a seu respeito e sem conhecer toda a sua profundidade, Ella é uma dessas.
Como uma voz extremamente bonita e suave, Ella Fitzgerald não é uma voz que possa ser confundida com outras grandes intérpretes, voz única. Era notória sua habilidade de improviso semelhante a um instrumento de sopro. Sempre que a ouço me surpreendem os detalhes nas notas, desde os arranjos até às respirações forçadas ou pausadas. Ouvindo o que já conheço, descubro novidades, pequenos detalhes que, pelo menos nos últimos 30 anos, me escaparam e que sempre estiveram ali.
Colocar um álbum de Ella para tocar é aventurar-se por um mundo de descobertas, cada vez se encontra uma descoberta dentro de outra descoberta. A voz de Ella tem uma característica importante: precisa de tempo e espaço para ser ouvida, tempo e espaço para se mostrar. Vale a pena ouvir Porgy and Bess em parceria com Louis Armstrong e todas as peças gravadas com Oscar Peterson ao piano.

 Nessas últimas semanas estou ouvindo com mais atenção uns discos que se me apresentaram no começo do ano: coletâneas de Irving Berlin, Rodgers & Hart, Duke Ellington e Jerome Kern. Fantásticos!
Morta em 1996, cega e presa a uma cadeira de rodas por problemas agravados pela diabete, deixou-nos um legado insuperável em quantidade e qualidade.

11/01/2013

Reptile


A política segundo Tim Maia



Nelson Motta - O Estado de S.Paulo - 11/01/2013

Sempre que perguntada, a maioria da população brasileira tem se manifestado contra a liberação do aborto, da maconha e do casamento gay, e a favor da pena de morte e da maioridade penal aos 16 anos. Sem dúvida são posições conservadoras, ou "de direita", como diz o Zé Dirceu, e, no entanto, são esses que elegem os governos e as maiorias parlamentares ditas "de esquerda" hoje no Brasil. Como harmonizar o conservadorismo na vida real com o progressismo na política ?

Talvez Tim Maia tivesse razão quando dizia que, "no Brasil, não só as putas gozam, os cafetões são ciumentos e os traficantes são viciados, os pobres são de direita". Uma ingratidão com a esquerda que lhes dá o melhor de si e luta pelo seu bem estar. Mas tanto a maioria dos velhos pobres como dos novos, da antiga classe média careta e da nova mais careta ainda, e, claro, as elites, acreditam em Deus, na família e nos valores tradicionais, e rejeitam ideias progressistas. Discutir, apenas discutir as suas crenças, é considerado suicídio eleitoral.

Quando Abraham Lincoln, em 1862, promulgou a Homestead Law, a lei da reforma agrária nos Estados Unidos, assegurando a cada cidadão o direito de requerer uma propriedade de até 4 mil metros quadrados de terra do Estado, pagando 1 dólar e 25 centavos, criou milhões de pequenos proprietários rurais - que deram origem às grandes maiorias conservadoras de hoje, que ganharam sua bolsa-terra e não querem mudar mais nada. Uma ação politicamente progressista gerou milhões de novos reacionários.

Um século e meio depois, no Brasil, a nossa "nova classe média", que tem casa, carro, crédito, viaja de avião, e é eleitoralmente decisiva, parece ser ainda mais conservadora do que a "velha". A ascensão social exige segurança e instituições sólidas, quer conservar o que conquistou e reage a mudanças que ameacem suas conquistas. Como Tim Maia, querem sossego.

Então por que não param de falar em esquerda e direita como se fosse de futebol e tentam entender o que está acontecendo ? Como disse o ex-comunista Ferreira Gullar, "no meu tempo ser de esquerda dava cadeia, hoje dá emprego".