Nascida Ella Jane Fitzgerald em Newport News na Virgínia em 25 de abril de 1917 fez sua primeira
apresentação como cantora aos 17 anos, teve uma carreira meteórica e profícua
cantando junto aos maiores músicos e cantando os melhores compositores de sua
época.
"I'm
not a musician", dizia Ella Fitzgerald, lembro-me das primeiras vezes que
ouvi sua voz, duas coletâneas, uma com dois discos com canções de Cole Porter e
outra com três discos com composições de Ira & George Gershwin, e imagino
que se ela fosse uma musicista que
pedestal seria suficientemente alto para a elevarmos.
A forma
lenta e arrebatadora como cantava Get Out
Of Town ou o jeito absolutamente apaixonado que interpretava The Man I Love ou But Not For Me sempre me proporcionaram novas descobertas, dependendo
da época que ela é ouvida novos detalhes, grandes e pequenos, se revelam
guardando ainda mais um novo segredo para o futuro, para uma nova audição;
alguns músicos são como grandes constelações e podemos gastar a vida toda
tentando conhecê-lo e acabar nossa vida completamente ignorantes a seu respeito
e sem conhecer toda a sua profundidade, Ella é uma dessas.
Como
uma voz extremamente bonita e suave, Ella Fitzgerald não é uma voz que possa
ser confundida com outras grandes intérpretes, voz única. Era notória sua
habilidade de improviso semelhante a um
instrumento de sopro. Sempre que a ouço me surpreendem os detalhes nas
notas, desde os arranjos até às respirações forçadas ou pausadas. Ouvindo o que
já conheço, descubro novidades, pequenos detalhes que, pelo menos nos últimos
30 anos, me escaparam e que sempre estiveram ali.
Colocar
um álbum de Ella para tocar é aventurar-se por um mundo de descobertas, cada
vez se encontra uma descoberta dentro de outra descoberta. A voz de Ella tem uma
característica importante: precisa de tempo e espaço para ser ouvida, tempo e
espaço para se mostrar. Vale a pena ouvir Porgy
and Bess em parceria com Louis Armstrong e todas as peças gravadas com
Oscar Peterson ao piano.
Nessas
últimas semanas estou ouvindo com mais atenção uns discos que se me
apresentaram no começo do ano: coletâneas de Irving Berlin, Rodgers & Hart,
Duke Ellington e Jerome Kern. Fantásticos!
Morta
em 1996, cega e presa a uma cadeira de rodas por problemas agravados pela
diabete, deixou-nos um legado insuperável em quantidade e qualidade.
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