Elomar Figueira Mello nasceu na Fazenda Boa
Vista em Vitória da Conquista – BA em 21 de dezembro de 1937.
Dos três aos sete anos de idade viveu na mesma
cidade, passando depois a morar nas fazendas de seus parentes como a Fazenda
São Joaquim que tanto lhe inspirou músicas, e as Fazendas Brejo, Coatis e
Palmeira.
Estudou entre o sertão e a capital e mais
tarde, no final da década de 1960, estudou música e formou-se em Arquitetura
pela Universidade Federal da Bahia.
Gosta de passar seu tempo em uma das suas
propriedades: Fazenda Casa dos Carneiros, imortalizada na música Cantiga do
Amigo, a 22 Km de Vitória da Conquista, Fazenda Duas Passagens que se localiza
na bacia do Rio Gavião e Fazenda Lagoa dos Patos, na Chapada Diamantina.
De 2000 a 2004 viveu na pequena cidade de Lagoa
Real, contratado pela Prefeitura local, para formar um coral e criar um projeto
de ópera sertaneja.
Mas é na Fazenda Gameleira que ele cria
carneiros, bois e cavalos em uma dimensão que parece anteceder a existência do
próprio sertão, uma era que só se conecta com o século 21 por meio da música quase
medieval que faz.
Venceu muitos prêmios importantes em sua carreira de compositor.
Os álbuns Na Quadrada das Águas Perdidas e Dos Confins do Sertão receberam,
respectivamente, as premiações de melhor disco da década de 1970, pela
Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), e o de melhor disco estrangeiro
não europeu no festival Ibero-americano de 1987, na Alemanha.
Seu livro de partituras,
Elomar Cancioneiro, traz, além das 49 partituras, um caderno de letras e notas
de edição, além de um material sobre o artista e seu universo sonoro, de
autoria do jornalista João Paulo Cunha. "Pensamos que era importante
anotar a forma correta como são executadas suas canções. Há uma sofisticação
que foge aos padrões da música popular brasileira", diz o filho, João
Omar.
Elomar nunca abre mão de uma antiga exigência:
nada de entrevistas. "Ele diz que já falou tudo o que tinha para falar.",
diz João Omar, o filho músico que também acompanha o pai.
Seu silêncio é protesto. Como um personagem de
Almodóvar, acredita que o mundo que cria e destrói celebridades com a mesma
ferocidade não merece suas palavras. "Ele não vê mais razões para
falar", diz João.
E então Elomar canta. E fala o que tem de falar
entre uma música e outra.
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