24/02/2013

Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças



Assisti ontem à noite o filme Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (2004 - Eternal Sunshine of the Spotless Mind - Dir: Michel Gondry). Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet) formavam um casal que tentou fazer com que o relacionamento desse certo. Desiludida com o fracasso, Clementine decide esquecer Joel para sempre e, para tanto, aceita se submeter a um tratamento experimental, que retira de sua memória os momentos vividos com ele. Após saber de sua atitude Joel entra em depressão, frustrado por ainda estar apaixonado por alguém que quer esquecê-lo. Decidido a superar a questão, Joel também se submete ao tratamento experimental. Porém ele acaba desistindo de tentar esquecê-la e começa a encaixar Clementine em momentos de sua memória os quais ela não participa.
Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, de 2004, com roteiro de Charlie Kaufman (que também escreveu Quero Ser John Malkovich) tem como protagonistas Jim Carrey e Kate Winslet, um flerte com o bizarro e o surpreendente, navegando entre a psicose e a impossível viagem no tempo (se fosse um filme sobre viajar no tempo, seria um dos melhores que já assisti).
Não gosto das caras e bocas e da falta de graça do Jim Carrey, mas nesse filme seu personagem está bem introspectivo e sério (para mim foi a sua melhor atuação; em segundo Me, Myself and Irene)
O filme é na verdade uma grande declaração de amor e se passa quase que inteiramente na mente de Joel Barish, personagem de Jim Carrey. O inusitado da trama é a possibilidade real de que pessoas possam simplesmente apagar da memória as lembranças que quiserem. O que termina acontecendo com Joel, que decide eliminar as lembranças de sua namorada, Clementine (Kate Winslet), após terem uma briga e descobrir por acaso que ela o apagara de suas memórias. Se de início as lembranças apenas se repetem, aos poucos o próprio Joel toma consciência de que não quer perder aquelas lembranças que, se hoje são dolorosas por não ter mais Clementine ao seu lado, fazem parte de sua própria história, de algo belo que viveu. Tem início então a luta de Joel para manter vivo não o amor, mas a lembrança de que um dia ele existiu.
Já aviso que o filme não é um dramalhão. Pelo contrário, a descoberta da importância de manter vivas estas memórias é feita de forma sutil e no decorrer do próprio filme.
Vale destacar a cena de abertura do filme, em que Joel e Clementine se vêem na praia e, logo depois, conversam no trem. Simples, cativante e com uma trilha sonora inusitada que, até por causa disso, dá um charme a mais. Brilho Eterno... possui uma grande quantidade de cenas surpreendentes, utilizando a situação de Joel estar em sua própria mente. Porém, mais do que todas estas cenas, o mais importante do filme é a mensagem que ele passa sobre amar e lembrar do que foi vivido, sejam eles bons ou maus momentos. Dizer mais seria estragar a grata surpresa que ele é. Excelente filme.

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