14/02/2013

Gigante adormecido eternamente em berço esplêndido


Lula perdeu a chance de acordar o gigante adormecido, com um sistema marcado pela discrição, pelo compadrio e pelo acesso a informações privilegiadas, dobrou-se à cartilha neoliberal usando como desculpa os fracassos das diversas tentativas, desde 1986 com o Plano Cruzado, de mudar definitivamente a economia nacional e tornar o país uma potência desenvolvida e independente.

Após alguns séculos de dependência político econômica, primeiro sofrendo exploração (simples território para exploração de metais preciosos e pau-brasil); segundo como parte da relação Metrópole/Colônia e, mesmo como país independente, simples fornecedor de matéria-prima para o desenvolvimento industrial dos centros políticos e econômicos mundiais; terceiro, já no século XX detentor da fatia de consumidores que começou a faltar aos grandes centros industrializados; em quarto, o Estado como absorvedor da poupança em dólares para um mercado ávido por aplicações especulativas e rentáveis após as sucessivas crises geradas pelos produtores de petróleo na década de 70; e, finalmente, em quinto a internacionalização do mercado brasileiro de títulos públicos e a abertura dos fluxos internacionais de capital, no final dos anos 90 que proporcionaram aos especuladores internacionais ganhos nunca imaginados.
A procura por um condutor das mudanças sempre prometidas, levou o Partido dos Trabalhadores ao posto mais alto da nação, eleito com a promessa de mudar o que está aí, junta-se às elites e abraça o projeto de FHC para a economia, um governo de esquerda alinhado com o que há de mais paternalista e corrupto na política desde o fim do governo militar (Sarney, Barbalho, Collor e agora Maluf), a promessa de voltar ao normal, à cartilha proposta pelo PT, nunca se concretizou, o programa Bolsa Família, principal ferramenta de manutenção do poder, distribui um parcos recursos àqueles que jamais conseguirão sair da periferia social, patinando quando se trata de aumentar as oportunidades de inclusão no mercado de trabalho e permite ao poder dar continuidade à política concentradora e excludente em voga, usando sua máscara de esquerdista que taxa qualquer crítica como vinda da direita que não quer mudanças.
Comparando os valores distribuídos pelo programa Bolsa Família (programa que inviabiliza as soluções pelo próprio caráter assistencialista) com o que o país paga de juros aos detentores de títulos da dívida pública, temos uma radiografia de quais interesses estão sendo realmente satisfeitos.
Com a continuação das privatizações, agora chamadas de concessões, com a entrega da previdência do funcionalismo público ao setor privado após criticas severas aos limites às aposentadorias propostos e implementados por FHC - Lula, Dilma e o PT galgam os degraus da lógica financeira que selam definitivamente a esperança de nos tornarmos um país desenvolvido e as promessas de modernidade.
Para informações mais completas leia no livro:
OLIVEIRA, FRANCISCO DE; BRAGA, RUY; RIZEK, CIBELE. Hegemonia às avessas. Boitempo, São Paulo, 2010.
CAPITALISMO FINANCEIRO, ESTADO DE EMERGÊNCIA ECONÔMICO E HEGEMONIA ÀS AVESSAS NO BRASIL – Leda Paulani (atual Secretária de Educação do Prefeito Fernando Haddad)
HEGEMONIA ÀS AVESSAS – Francisco de Oliveira (Fundador do Partido dos Trabalhadores)

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