Lula perdeu a chance
de acordar o gigante adormecido, com um sistema marcado pela discrição, pelo
compadrio e pelo acesso a informações privilegiadas, dobrou-se à cartilha
neoliberal usando como desculpa os fracassos das diversas tentativas, desde
1986 com o Plano Cruzado, de mudar definitivamente a economia nacional e tornar
o país uma potência desenvolvida e independente.
Após alguns séculos
de dependência político econômica, primeiro sofrendo exploração (simples
território para exploração de metais preciosos e pau-brasil); segundo como
parte da relação Metrópole/Colônia e, mesmo como país independente, simples
fornecedor de matéria-prima para o desenvolvimento industrial dos centros
políticos e econômicos mundiais; terceiro, já no século XX detentor da fatia de
consumidores que começou a faltar aos grandes centros industrializados; em
quarto, o Estado como absorvedor da poupança em dólares para um mercado ávido
por aplicações especulativas e rentáveis após as sucessivas crises geradas
pelos produtores de petróleo na década de 70; e, finalmente, em quinto a
internacionalização do mercado brasileiro de títulos públicos e a abertura dos
fluxos internacionais de capital, no final dos anos 90 que proporcionaram aos
especuladores internacionais ganhos nunca imaginados.
A procura por um
condutor das mudanças sempre prometidas, levou o Partido dos Trabalhadores ao
posto mais alto da nação, eleito com a promessa de mudar o que está aí, junta-se às elites e abraça o
projeto de FHC para a economia, um governo de esquerda alinhado com o que há de
mais paternalista e corrupto na política desde o fim do governo militar
(Sarney, Barbalho, Collor e agora Maluf), a promessa de voltar ao normal, à
cartilha proposta pelo PT, nunca se concretizou, o programa Bolsa Família,
principal ferramenta de manutenção do poder, distribui um parcos recursos
àqueles que jamais conseguirão sair da periferia social, patinando quando se
trata de aumentar as oportunidades de inclusão no mercado de trabalho e permite
ao poder dar continuidade à política concentradora e excludente em voga, usando
sua máscara de esquerdista que taxa qualquer crítica como vinda da direita que não quer mudanças.
Comparando os
valores distribuídos pelo programa Bolsa Família (programa que inviabiliza as
soluções pelo próprio caráter assistencialista) com o que o país paga de juros
aos detentores de títulos da dívida pública, temos uma radiografia de quais
interesses estão sendo realmente satisfeitos.
Com a continuação
das privatizações, agora chamadas de concessões, com a entrega da previdência
do funcionalismo público ao setor privado após criticas severas aos limites às
aposentadorias propostos e implementados por FHC - Lula, Dilma e o PT galgam os
degraus da lógica financeira que selam definitivamente a esperança de nos
tornarmos um país desenvolvido e as promessas de modernidade.
Para informações mais completas leia no
livro:
OLIVEIRA, FRANCISCO DE; BRAGA, RUY;
RIZEK, CIBELE. Hegemonia às avessas. Boitempo, São Paulo, 2010.
CAPITALISMO FINANCEIRO,
ESTADO DE EMERGÊNCIA ECONÔMICO E HEGEMONIA ÀS AVESSAS NO BRASIL – Leda Paulani
(atual Secretária de Educação do Prefeito Fernando Haddad)
HEGEMONIA ÀS AVESSAS
– Francisco de Oliveira (Fundador do Partido dos Trabalhadores)
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