Nem bebê, nem bebum: Acabou o bem-bom de Rosemary!
Rosemary
de Noronha, a amiga do homem que se tornou presidente da República e a levou à
chefia do escritório da Presidência em São Paulo, dela pouco se sabe além do
fato de que se despedia dos amigos no e-mail corporativo com a palavra
“bjokas”. Em tese, isso não prova o grau de competência para exercer um cargo
de confiança. Mas deixa escancarada a sofisticação das formas com que outsiders são injetados para dentro da
máquina.
A
troca de e-mails interceptada pela Polícia Federal entre Rosemary e os irmãos
Paulo e Rubens Vieira, nomeados para cargos em agências reguladoras meses
depois, é uma fratura exposta de um sistema frágil, acessível e manipulável e
movido pelo deslumbre de quem chegou ao topo. Graças a Rosemary, Paulo foi
parar na Agência Nacional de Águas e Rubens, na Agência Nacional da Aviação
Civil.
Vendo
de longe, é possível supor que, apesar do cargo, uma opinião de Rosemary sobre
as questões centrais do Planalto tivesse tanto peso quanto uma pena. Rosemary
parece, de longe, apenas uma assessora costa-quente que usou a confiança do
chefe para construir um feudo ao seu redor com uma única carta: sou amiga do
rei.
Mas
a “carteirada” de hoje é a maldição de amanhã. Os irmãos Vieira, acomodados no
Estado, são agora acusados de comandar um esquema de compra e venda de
pareceres públicos favoráveis a interesses privados com a ajuda da
Advocacia-Geral da União – um deles para a instalação de um complexo portuário,
de impactos incertos, no valor de 2.000.000.000 de reais. E foi aos irmãos
Vieira que a servidora recorreu para instalar a filha e o marido na mesma
máquina – numa troca de mensagens encerrada com um gritante “FINALMENTE
OBRIGADAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA”. (Sim, vale lembrar: ela era chefe do escritório
da Presidência em São Paulo).
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