Se a queda dos
investimentos é o centro das preocupações do governo, a iniciativa da
presidente Dilma Rousseff de reduzir em 20% o custo da energia elétrica ao
consumidor final agravou consideravelmente a desconfiança do investidor e, por
conseguinte, suas dificuldades para 2013.
O barateamento das
tarifas, frustrado em parte pela não adesão das empresas estaduais, foi
avaliado dentro e fora do País como um gesto inequívoco de intervencionismo que
desconsiderou as regras mais básicas de mercado. Ficou a leitura de que o
governo não considera esgotado o papel do marketing
que sustentou até aqui a imagem de gestora da presidente.
A segunda parte do
mandato de Dilma é decisiva para a preservação de índices de aprovação com os
quais conta para sustentar sua campanha pela reeleição. Ainda que os efeitos da
queda da economia demorem a chegar ao bolso do eleitor, a entrega de resultados
especialmente no campo da infraestrutura tornou-se imperativa.
Para tanto,
investimentos são indispensáveis e só chegam pela confiança - a mesma que o
Banco Central reconhece abalada. É, pois, curioso que o governo do PT insista
no tipo de marketing que vende o
produto em falta, no caso a eficiência administrativa. O intervencionismo e a
xenofobia exibidos pela presidente nos últimos dias são adversários dos
investimentos e da boa gestão, que se retroalimentam.
A politização do
revés no embate com as elétricas estaduais deu o tom de populismo Kirchneriano
que faltava para consolidar entre os empreendedores a leitura que já fazem de
um governo contra o lucro - mola mestra dos negócios.
JOÃO BOSCO RABELLO - O Estado de S.Paulo
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