20/12/2012

RELAÇÕES EDUCACIONAIS ENTRE BRASIL E HOLANDA


Paisagem rural holandesa
A presença dos holandeses no Nordeste do Brasil durou pouco mais de vinte anos, mas deixou um legado histórico, cultural e econômico que ainda fascina os interessados na história colonial.
Depois de duas tentativas de conquista territorial na Bahia, em 1630 os holandeses conseguiram se fixar em Pernambuco, o que proporcionou avanços no comércio com a Europa e também na área das ciências e da cultura. Com a fundação da Companhia Privilegiada das Índias Ocidentais (Geoctroyeerde West-Indische Compangnie) a Holanda ocupou uma parte da maior colônia luso-espanhola das Américas, atraindo investidores que viviam em Amsterdam.
Hoje a Holanda tem longa tradição no exercício e defesa da democracia e do multilateralismo, comprovada pelas importantes organizações internacionais com sede em Haia, demonstrando especial sensibilidade para temas sociais.
Em 2007, o Brasil exportou para os Países Baixos US$ 8,84 bilhões e importou cerca de US$ 1,11 milhões, o que permitiu ao país alcançar o expressivo saldo comercial positivo de US$ 7,73 bilhões. Entre os produtos comprados dos Países Baixos figuraram como principais: medicamentos, óleo diesel, preparações para ração animal, sulfato de amônio e produtos químicos.
Tradicionais parceiros comerciais, Brasil e Holanda estão cada vez mais empenhados em estimular a cooperação científica. Nesse âmbito, a Organização Neerlandesa para Cooperação Internacional em Educação Superior (Nuffic), organizou nos mês de novembro último a visita de uma missão de educação superior holandesa composta por representantes de nível executivo de quinze universidades da Holanda, às cidades de Brasília, São Paulo e Belo Horizonte, o evento reforçou a importância do intercâmbio educacional e científico entre as duas nações e refletiu sobre as questões relativas à internacionalização do ensino superior na perspectiva Brasil-Holanda.

 Sete pontes em Amsterdam
Com 12 das 14 universidades de pesquisa alocadas entre as 200 do ranking das melhores universidades do planeta, a Holanda possui o segundo melhor sistema de ensino superior da Europa e o terceiro melhor do mundo segundo o Times Higher Education Ranking (2012). Um resultado impressionante para um país com apenas 15 milhões de habitantes e uma área territorial menor que o Estado do Rio de Janeiro.

O secretário de Estado de Educação, Cultura e Ciência da Holanda, Sander Dekker, afirmou que países que trabalham juntos são mais fortes. "Países sozinhos não podem resolver problemas globais, para isso são necessárias cooperações internacionais, que contribuam para a qualidade." Finalizando, revelou que estatísticas demonstram que estudantes que vão cumprir parte de seus estudos no exterior melhoram bastante seu desenvolvimento nas universidades.
Jardim holandês
A cooperação entre a Capes e a Holanda começou em 2005, com memorandos de entendimento voltados a desenvolvimento de projetos de pesquisa e mobilidade estudantil. Em 2012, foi lançado edital entre a Capes, CNPq e a Nuffic para bolsas de graduação sanduíche na Holanda no âmbito do programa Ciência sem Fronteiras. Participam desse programa 13 instituições e universidades holandesas. O saldo positivo do encontro foi comemorado pelas universidades dos Países Baixos que já anunciam o interesse em aumentar o intercâmbio com o Brasil a partir de 2013, além de, é claro, ampliar a participação holandesa no programa Ciência sem Fronteiras.  "O objetivo agora é trabalhar para desenvolver os projetos discutidos durante a missão e aprofundar ainda mais as relações entre o Brasil e a Holanda na área de educação superior", afirma a Nuffic Neso Brazil.

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