29/11/2012

Lulismo, Cordialidade e Servidão


O recente estágio de hegemonia política ou Hegemonia às Avessas segundo Francisco de Oliveira no Brasil tem suas bases numa equação complexa para André Singer (Os sentidos do Lulismo). Possibilitar a uma “sobrepopulação superempobrecida” ascensão social e encontrar apoio no governo para manter-se por meio de forma que consiste na política do foquismo; e não atentar contra a ordem, segundo André Singer. Esta “política de massa” (Marx) ou “revolução passiva”, segundo o autor, teria produzido um realinhamento da sociedade de longo prazo em favor do PT e, em seguida personalizara-se na figura do ex-presidente Lula. Disto não teria decorrido uma despolarização, mas uma repolarização.
Antes havia uma polarização política PT e PSDB, neste estágio, haveria uma polarização social (pobres e ricos) ainda colocando em confronto PT e PSDB. Mas, agora, um confronto de natureza social e não política. Faltava emplacar o lulismo em São Paulo; depois de Hadad, Lula parece disposto a governar São Paulo. Este fato daria ao lulismo uma grande vitória: a presidência da República, o governo do Estado de São Paulo e a Prefeitura da Cidade de São Paulo. Muitos anos desta mesma cultura política pela frente.

Duas consequências são muito nefastas para o país, o autor não toca nesta questão. O não tentar contra ordem, leia-se não atentar contra o modelo de crescimento econômico adotado durante os mandatos de FHC, não vai de encontro à velha elite do país. Segundo Singer isto seria um pequeno avanço político no capitalismo brasileiro. Tese da qual me aproximo para indagar por que não buscou reformas que melhorasse a distribuição de renda e patrimônio? Uma boa hipótese consiste na famosa cultura do atraso. Produz-se o atraso com aparência de política de massas ou revolução passiva, dando traços progressistas ao lulismo, quando, de fato, suas políticas produzem o atraso da “sobrepopulação superempobrecida”, que, agora, é socialmente incluída, porém não altera a estrutura social do país: a mesma há séculos. Este estágio histórico do Brasil afeta diretamente a educação e a formação humana do povo brasileiro. De Cordial tornou-se servil.
João dos Reis Silva Júnior - GEPEFH

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